sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

trecho - concurso de poesia na câmara

Meu corpo é permeável a palavra

Minh'alma espera ansiosa por ser preenchida por versos

Meus sentidos se inclinarão a poesia

sábado, 8 de outubro de 2011

O anarquismo

É verdade que a sociedade e suas convenções originam injustiças e desigualdade. Pois, afinal, o que é que se vê no mundo? Um nasce filho de um milionário, outro mal tem o que comer. Um nasce conde ou marquês, e tem o respeito de todo mundo, faça o que fizer, outros não tem condições de estudar, instruir-se – tornar-se mais lúcidos e inteligentes do que os outros.

As injustiças da natureza, vá: já não as podemos evitar. É normal que um nasça mais talentoso, forte ou bonito, e deve-se aceitar que, por esta ou aquela qualidade, ele seja superior pelo que a Natureza lhe deu. Mas por que submeter-se as qualidades postiças? Por que aceitar que uma pessoa tenha a riqueza, a posição social ou a vida facilitada, que só existe a custas de muita miséria? O anarquismo quer, em suma, evitar tudo isso.

A primeira ficção a ser destruída seria o Estado. Pois, enquanto ele existir, existirá o povo que só busca ser representado por legendas que inserem a dissonância sobre atos e fatos, mas que deveriam tornar a sociedade una e bem menos desigual. Assusta-me a burrice crônica exacerbadora da pseudocrítica às políticas plausíveis e viáveis do ponto de vista racional e humanismo por ter sido pensada pelo lado oposto da moeda.

Incapazes que são se enxergar enquanto parte do todo, negam que a vida em sociedade não se constitui sem a empatia e o respeito mútuo. No modelo anarquista, as relações mútuas sociais seriam regidas não por leis ou por autoridades auto-impostas ou eleitas, mas por mútua concordância de todos os seus interesses e pela soma de usos e de costumes sociais.

Porém, o único problema está na sua viabilidade. Primeiramente, como seria a transição da sociedade para este modelo? Esse intermédio só pode ser, portanto, um estado de preparação da sociedade para a sociedade livre. Pode ser material, ou apenas mental.

No campo da adaptação material, haveria a ditadura revolucionária. Porém, um regime revolucionário, enquanto existe, e seja qual for a idéia a que o conduz, é materialmente só uma coisa – um regime revolucionário. Ora, um regime revolucionário quer dizer uma ditadura de guerra, ou, nas verdadeiras palavras, um regime militar despótico, porque o estado de guerra é imposta à sociedade por uma parte dela – aquela que assumiu o poder. De modo que o que sai de uma ditadura revolucionária é uma sociedade guerreira do tipo ditatorial. O que saiu da Revolução Francesa? Napoleão e seu despotismo militar. O que saiu das agitações políticas em Roma? O império romano e seu despotismo militar.

Pois o que sobra é a transição mental: uma propaganda intensa, completa, absorvente das idéias do anarquismo. Ou seja, realização de cursos, palestras, debates, conferências, páginas na internet, e-mail, teatro, boletins, jornais, músicas, atos públicos, etc. Porém, a propaganda nos diz num âmbito teórico. Não significa que, necessariamente, as pessoas irão se organizar e lutar. Hoje, os grandes meios de comunicação e mesmo o crescimento das cidades, a fragmentação comunitária, o fundamentalismo religioso, dentre outros fatores, dificultam muito a propaganda em escala massiva. Lembro que, mesmo quando a propaganda anarquista, era muito forte, a transformação social não foi garantida.

E além do mais, o que um sujeito, sincero em seu anarquismo, poderia fazer, sozinho, para esse fim, que seria a sociedade livre? Só por ele, não poderia fazer a revolução mundial, nem mesmo poderia fazer a revolução completa na parte referente ao país onde estava. Como combateria as injustiças sociais enquanto esse fim ainda não tenha sido alcançado? Não crê em nada que não seja natural, porém a idéia de “dever” era natural? Não é, pois esta idéia obriga-nos a sacrificar os seus instintos naturais, como a comodidade e o instinto de conservação.

Para, sozinho, escapar da mais importante das ficções sociais: o dinheiro, tornando-se livre da sua influência, da sua força, subjugando-o e reduzindo-o a inatividade, teria que satisfazer uma dessas duas hipóteses: ou ia pro campo comer raízes e beber água das nascentes, andar nu e viver como um animal, mas isso não seria combater, e sim, fugir do problema. Realmente, quem se esquiva de um combate não é derrotado por ele. Mas moralmente, é derrotado, porque não se bateu. Ou então, adquiria o dinheiro em quantidade bastante para não sentir a influência. Porém, sabe-se que a riqueza só existe em custas de muita miséria. E isso seria, claramente, uma prática egoísta, pois se adquire capital em busca de livrar-se da sua influência, mas com isso, ao adquirir mais do que o necessário para si, e não doá-lo para que outras pessoas possam usufruir do mesmo bem, não estaria combatendo as ficções sociais, mas fortalecendo-as. Ora, como disse no começo, a riqueza e a posição social são qualidades postiças e antinaturais.

"Mesmo uma sociedade de formigas, abelhas e chimpanzés há uma norma vigente, cada individuo tem um papel social e trabalha para a comunidade, depois para o próprio bem. Se os humanos não tivessem leis, grupos pequenos se reuniriam buscando a defesa em comum e elegeriam um patrono que tomasse conta deles, ou seja, depois do anarquismo viria o feudalismo, depois a noção do Estado e ficaríamos nessa roda."


Bibliografia:

O Banqueiro Anarquista - Fernando Pessoa;

Algumas Condições da Revolução - Mikhail Bakunin

@diogo (formspring)

domingo, 6 de março de 2011

Definições


"Rir sozinho",
v.
1.ser surpreendido por um sorrateiro pensamento que nos faz parar;
2. uma saudade alegre;
3. uma saudade triste, mas com a consciência que o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos;
4- estar em comunhão com a perfeição, mesmo que apenas por alguns segundos;

"Falar sozinho",
v.
1- Sabedoria da solidão;
2- Achar uma distração em si mesmo;
3- Alternância da escrita, estar inspirado quando longe dos cadernos;

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O que realmente penso sobre o amor


Eu transpareço ter uma visão demasiado fria sobre o amor. Não é verdade. Apenas tenho muitas dúvidas sobre ele, quero saber de onde vem tanto sentimento.
E como se já não fosse complicado demais, vem a idealização...
Função: ferrar nossas vidas, já que faz o inalcançavel nosso maior objetivo, desprezando o alcançável imperfeito.
Pois bem, isso é o amor: é pegar o imperfeito e aperfeiçoá-lo. É você pegar a coisa mais horrível e perturbadora da pessoa, e amá-la. É pegar o defeito que mais incomoda a pessoa, e ajudá-la a superar.

Não confie no tátil;
Ele te fará acreditar que você ama alguém quando na verdade você ama o prazer de estar em um relacionamento;
Ele transformará o amor em um ódio de mesma intensidade;
Ele se tornará monótono;
Ele enjoará;
Te tornará vazio(a);
Quando tudo estiver perfeito, dê adeus. Faça o amor se eternizar por lembrança, sem sofrimentos.
E aceite que todos mudam,
____________________os valores mudam,
_________________________________os ideais mudam.
Acredite no absurdo, pois essa é a solução.

domingo, 29 de agosto de 2010

Sobre a liberdade

Muitas das mais corajosas personagens históricas lutaram em busca de apenas uma coisa: a liberdade, seja de expressão, decisão e/ou de ação. Portato, para essas pessoas, liberdade é um direit de agir desobrigadamente, de acordo com sua vontade.

Este conceito levanta algumas questões: Se agir desobrigadamente e agir de acordo com a sua vontade são unívocos, é impossível querer seguir sua obrigação? E, como é o caso das persongens, agir por sua vontade, mesmo sofrendo severas consequências, é ser livre? Ou será que elas estavam agindo, não segundo sua vontade, mas segundo sua auto-ética, e se viram obrigados a mudar oque consideram injusto, isso mudaria tudo?

O fato é que, a liberdade verdadeira é eterna após o momento de alcançada e, nos dias de hoje, o homem só é escravo de si mesmo, ou seja, de seus próprios sentimentos, e da natureza humana. Explico: ele pode comer, beber, expressar-se, preocupar-se, infringir a lei, se quizer, mas nunca poderá violar seus próprios sentimentos, sendo escravo deles, e da natureza humana, claro.

Suponhamos um ladrão, com saúde mental perfeita e conhecedor da moral de sua nação. Ele tem a liberdade de assaltar, mas quando o faz, ativa a liberdade do policial de prendê-lo, do jornalista de comunicar a sociedade do ocorrido e da sociedade de desaprovar a atitude do desse assaltante. Ou seja, o ladrão tem poder sobre a liberdade do policial, do jornalista e da sociedade, nesse sentido, e não o contrário, como o senso comum pensa, pois ele está ciente das supostas consequências e mesmo assim optou por fazê-la. Seu poder é desvantajoso a si, porém, como de muitos.

Poema feito às pressas


Descubro-me mera expectadora do deleite provado por inúmeras faces conhecidas

Talvez porque meus feitos passados tem um eco, afinal

Roubos, drogas e deboches aparentemente inacabáveis

Tornaram-me minha própria assombração


Não quero atuar felicidade nenhuma

Ou escutar palavras saindo de sua boca cheirada a cigarro

Só sente-se comigo e abraça-me por entre as grades

As cortinas já irão se abrir

Somos a platéia, a platéia dos que não foram tolos como nós

O destino do leão



Numa época distante, os animias não só falavam, como também eram desonestos, invejosos e muito preconceituosos. A girafa, quando precisava de alguma idéia para o projeto de ciência, esticava o pescoço por cima do muro para espiar o projeto do vizinho e sabotá-lo. O camaleão aproveitava da sua capacidade de se camuflar e se intometia na vida dos outros, inventando boatos maldosos. A tigreza, a raposa e a pantera reuniam-se para ri da metida da cobra, que vivia rebolando. Nunca houve uma geração de animais tão desunidos anteriormente.


Mas havia um animal que não era dessa natureza, não sentia necessidade nenhuma de humilhar, mas era humilhado por todos os outros, não apenas por estranharem essa sua atitude incomum, mas também pelos deus pelos faciais, que contornavam todo o rosto, sendo impossível distinguir oque era cabelo e oque era barba. Seu nome era Léo.


Com certeza, Léo era o animalmais triste e inseguro de toda a África e vivia se escondendo dos outros animais, por não aguentar mais as gozações deles. Um dia estava bebendo água no lado, quando parou e observou o seu reflexo. Percebeu então que era especial. Sabendo disso, subiu na pedra mais alta que encontrou e declarou aos animais lá em baixo:


_ Vocês têm gastado a sua vida inteira rindo dos outros, pois se julgam superiores. Pois digo agora: vocês são todos iguais. O único animal que dispõe-se a não seguir esse comportamento repugnante de só satisfazer a custo da desgraça alheia fui eu. A partir de agora, minha juba é a coroa e minha palavra é a lei. Vou ajudá-los a se tornarem animais melhores.


MORAL DA HISTÓRIA: “Se a vida lhe der um limão, faça dele uma limonada”